Tantos anos a falar para as paredes de um quarto que já conhece minha alma e meu corpo...
Conversas privadas.
Sentimentos oprimidos.
Desejos auto satisfeitos.
Sempre confinada a quatro paredes, uns móveis e diversos objetos pessoais que traduziram a minha adolescência e o meu crescimento até hoje.
O Espelho, no mesmo lugar, sempre quieto, sempre observador da minha vida.
Me viu crescer.
Assistiu às minhas lágrimas, às minhas fúrias, aos meus sorrisos e... até aos meus gemidos mais íntimos.
E sempre ali, fiel como um padre do meu confessionário, o meu anjo da guarda.
E, hoje, quando te olhei, vi uma imagem de mim bem satisfatória...
O brilho dos meu olhos, as curvas do meu corpo...
Sei que continuarás no teu lugar para me ver viver.
E eu, continuarei a decifrá-lo nesse mundo encantador que me mostras.